CÓDIGO: UNI 053
ANO/SEMESTRE DE OFERTA: 2023/2
DEPARTAMENTO(S) OFERTANTE(S) / UNIDADE ACADÊMICA:
Departamento de Teoria Geral da Música/EM
Departamento de Comunicação Social/DCS – FAFICH
CARGA HORÁRIA TOTAL: 60h CRÉDITOS: 4 NATUREZA: ( ) OBRIGATÓRIA ( X ) OPTATIVA

COM AS MESTRAS E MESTRES
Antônia Braz Santana | Mestra Japira

Liderança e zeladora dos saberes pataxó, pajé da aldeia Novos Guerreiros (Bahia), Mestra Japira é uma grande conhecedora dos ecossistemas da Capoeira, da Mata Atlântica, da Restinga e do Brejo, tendo desenvolvido um abrangente e minucioso repertório da farmacopéia do seu território. Conhecedora da linguagem das plantas – conhecimento que lhe foi transmitido pelos espíritos dos ancestrais e pelos mais velhos – ela é uma mestra dos cuidados e da cura (nos planos biológico e espiritual, interligados).

Maria da Glória de Jesus Tupinambá

Dona Maria da Glória de Jesus é uma das lideranças indígenas do povo Tupinambá da Serra do Padeiro, uma das 22 aldeias da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia. Ela é mãe de dez filhos, dentre os quais se destacam o Cacique Babau e Glicéria Tupinambá, importantes lideranças de seu povo. Junto dos seus, ela atua na luta pelos direitos de uso e preservação da terra em sua comunidade. A mestra participou da disciplina “Artes e ofícios dos saberes tradicionais: políticas da terra”, em 2018, no programa de formação transversal em Saberes Tradicionais da UFMG.

Maria Muniz | Mestra Mayá

Vivendo na Terra Indígena Caramuru Paraguassu (Bahia), guiada pela grande força espiritual de sua mãe – que repassava aos filhos o conhecimento adquirido nos sonhos – engajada na luta pelo território dos Pataxó Hã Hã Hãe, a mestra Mayá deu aulas (para os alunos e os pais) em meio às ações de retomada, sob os abusos da polícia e dos ataques dos fazendeiros. Diante dessa situação, ela instalou a sua escola debaixo das árvores e ao lado das fogueiras, e sempre na companhia dos seres espirituais.

Nailton Muniz Pataxó | Cacique Nailton

Vivendo na Terra Indígena Caramuru Paraguassu (Bahia), o Cacique Nailton, se empenhou – por longos anos – em reunir os parentes esparramados pelo Brasil (forçados a fugir de seu território), mobilizando-os a lutar pelo retorno às terras que lhe foram violentamente expropriadas pelos fazendeiros. Desde então, sua ação se desdobrou em várias frentes: nos embates pela reocupação dos territórios; na diplomacia institucional (com destaque para a atuação na Constituinte de 1988) e no trabalho de formação de lideranças políticas junto ao povo Pataxó Hã Hã Hãe.

PROFESSORES PARCEIROS
Luciana de Oliveira – DCS/Fafich
Ricardo Jamal – TGM/EM

EMENTA
Com seus múltiplos nomes, os Caboclos e Encantados, inumeráveis, povoam os territórios, o pensamento e as formas de vida de diversas comunidades indígenas e afro-brasileiras. Guias de luz e de luta, agentes da cura e da proteção, eles vêm sempre acompanhados de seus cantos. Essa disciplina se propõe a criar um espaço de escuta para os cantos e os saberes trazidos pelos Caboclos e Encantados, transmitidos pela voz das mestras e dos mestres que com que eles convivem.

OBJETIVO GERAL
Criar um espaço para a sabedoria de Caboclos/Caboclas e Encantados/Encantadas, predominantemente orais e cantados, normalmente restritos aos especialistas, operando a um só tempo no reconhecimento desses outros saberes e de seus mestres e mestras e na renovação das práticas de formação universitária e docente.

OBJETIVO ESPECÍFICO
Proporcionar aos participantes um contato com os saberes de Caboclos/Caboclas e Encantados/Encantadas através da escuta de três mestras e um mestre desses conhecimentos, especialistas que convivem com esses seres, a partir de três regimes de conhecimento diferentes: Pataxó, Pataxó Hã Hã Hãe e Tupinambá.

METODOLOGIA
Aulas expositivas e atividades práticas; Caminhadas e aulas em espaços abertos da universidade, com reconhecimento de plantas e outras presenças; Momentos de cantos; Rodas de diálogo; Visionagem/escuta de materiais audiovisuais.

CRONOGRAMA
3 módulos de 20h cada; segundas e quartas-feiras, 13h50-17h50; 16/10 a 06/12; Aulas a serem realizadas na Estação Ecológica da UFMG.
Módulo 1 – 18/10 a 30/10 (aula de apresentação dia 16/10)
Módulo 2 – 01/11 a 13/11 (aula síntese dia 20/11)
Módulo 3 – 22/11 a 04/12 (aula síntese com apresentação de trabalhos finais dia 06/12)