Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, Belo Horizonte, MG
Disciplina: Catar folhas: saberes e fazeres do povo de axé
2016/1 e 2017/2
A Mestra Efigênia Maria da Conceição, mais conhecida como Mametu Muiandê, Mãe Efigênia, ou simplesmente Mãe, nasceu em 02 de janeiro de 1946, na cidade mineira de Ouro Preto (MG) e é uma sacerdotisa do Candomblé e da Umbanda, com aproximadamente cinquenta anos de santo na Umbanda, e trinta anos de “despertamento” de sua Inquice Matamba no Candomblé. Mãe Efigênia é a matriarca e liderança máxima da comunidade fundada por ela há cerca de quarenta anos, o Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, situado na zona leste de Belo Horizonte, e que constitui uma referência importante para o conhecimento da filosofia afro-brasileira. A comunidade obteve em março de 2007 o certificado de auto-reconhecimento como remanescente de quilombo.
Mãe Efigênia conta que veio de uma família humilde e é bisneta de escravos. Sua infância foi vivida, em grande parte em Ouro Preto. Aos nove anos de idade, Mãe Efigênia, acompanhando a sua mãe biológica, mudou-se para Belo Horizonte e passou a residir onde se localiza hoje a comunidade de Manzo, no antigo Bairro do Quartel, hoje Bairro Santa Efigênia. Por volta dos seus 11 anos de vida, Mãe Efigênia começou seu processo de formação, que culminou em seu reconhecimento como uma das matriarcas e uma das maiores referências da tradição Angola de Minas Gerais. Sua raiz inicial foi jeje, razão pela qual possui notável conhecimento também nessa tradição e nos conhecimentos de rituais desta nação, mas seu processo contínuo de formação foi na nação angola. Mametu Muiandê é tida, de modo geral, entre a comunidade do Candomblé, da capoeira e do samba como uma das senhoras mais respeitadas no axé e no ngunzo de Minas Gerais, sendo seu Quilombo berço de alguns de notáveis membros desses saberes e fazeres. Somado a isto, sua Matamba é a Mãe de centenas de filhos espalhados por várias partes do país e do mundo.
Segundo a própria Mestra Mãe Efigênia, sua formação exige grande dedicação e um aprendizado contínuo, cotidiano e total. É um “catar folhas” cotidiano. Como gosta de dizer a Mestra, “só recebemos, os nossos direitos, como os seus doutorados com vinte um anos de total dedicação aos conhecimentos, saberes e fazeres” – e complementa: isso não significa “o fim do processo de aprendizado”, pois o “processo de formação” é permanente. Mametu Muiandê também tem amplo conhecimento nos saberes e fazeres ligados às praticas medicinais e de ervas, raízes, banhos. Ela atende a comunidade local e presta serviços sociais, ligados ao Projeto Educacional Kizomba, estruturado principalmente em oficinas, que incluem capoeira, danças, penteados afro, maculelê, samba, uso de folhas medicinais, entre outras atividades baseadas em um saber que une os conhecimentos tradicionais a um processo de combate à intolerância religiosa e racial.
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