Matrículas para duas disciplinas da Formação Transversal em Saberes Tradicionais no primeiro semestre de 2025!

A matrícula acontecerá nos dias 13 e 14 de março (graduação) e pós-graduação/comunidade externa até 17/03, conforme informações divulgadas no site da Prograd:

https://www.ufmg.br/prograd/matricula-nas-atividades-academicas-curriculares-de-formacao-transversal/

Disciplinas

Saberes tradicionais: artes e poéticas ancestrais
Reinado mineiro: cantos de fé e louvor a São Benedito

Código UNI 099

Ementa

A ancestralidade banto-africana cultuada no Reinado mineiro inclui santos negros da religiosidade católica, dentre os quais se destaca São Benedito, o cozinheiro, no qual se deposita a fé e a confiança de nunca deixar faltar alimento aos seus devotos. A partir da escuta e da prática de cantos dedicados a São Benedito, propõe-se a produção de um vídeo e de um e-book com letras e gravações sonoras desses cantos.

No reino do Jatobá (Belo Horizonte), o Congo de São Benedito se destaca de outros grupos que trazem São Benedito em sua bandeira por ter nascido como uma guarda integrada somente por mulheres e até hoje ser regida por duas capitãs, Eliete Oliveira (Primeira Capitã)e Ritielly Caroline Pereira Barroso (Segunda Capitã).

Aulas às segundas e quartas, de 13:50h a 17:50h, de 5 a 28 de maio

Cronograma:

1 módulo de 20h com as duas mestras convidadas
1 módulo de 10 horas com a professora parceira
Aulas às segundas e quartas, de 13:50h a 17:50h, de 5 a 28 de maio

Abertura ‒ Apresentação da proposta de atividades (encontro 1 ‒ 5/5)

Professora parceira
Sônia Queiroz | FALE/UFMG

Mestras convidadas
Eliete Oliveira  – Primeira Capitã do Congo de São Benedito do Jatobá
Ritielly Barroso – Segunda Capitã do Congo de São Benedito do Jatobá

Módulo 1
História, escuta e prática de cantos de fé e louvor a São Benedito (5 encontros ‒ 7/5 a 21/5)

Eliete Oliveira  – Primeira Capitã do Congo de São Benedito do Jatobá
Ritielly Barroso – Segunda Capitã do Congo de São Benedito do Jatobá

Módulo 2
Registros sonoros e escritos de cantos de fé e louvor a São Benedito e representação icônica de São Benedito (2 encontros ‒ 26 e 28/5)
Apresentação dos trabalhos finais pelos estudantes e comentários

Saberes Tradicionais: Artes e Ofícios | Cartografias do Axé 

Código UNI 050

Ementa
Nas religiões de matriz africana, a relação com o sagrado compreende experiências territoriais que têm como referência o terreiro e um conjunto de lugares que, aparentemente externos a ele, são, no entanto, inseparáveis da sua existência, participando ativamente de suas práticas espirituais. São territórios associados à presença do mato, da água, das pedras, da cachoeira, do ferro, da encruzilhada, das ruas, das praças, das montanhas, mas também territórios nos quais se criam animais, se cultivam plantas, se produzem objetos. Territórios, em suma, nos quais acontecem encontros dos mais variados tipos e a partir dos quais vínculos e pertencimentos são preparados, cuidados e renovados. Cada comunidade de terreiro dispõe, assim, de uma verdadeira cartografia associada às conexões entre pessoas, forças espirituais, lugares e histórias. Esta disciplina, que contará com a presença de mestres e de mestras de quatro diferentes comunidades de terreiro da cidade de Belo Horizonte e região metropolitana, percorrerá uma parte dessas cartografias, permitindo a compreensão de que esses territórios, mais do que simplesmente inscritos em mapas já constituídos, participam da elaboração de outros mapas, reconfigurando a relação entre o que se vê e o que não se vê. A disciplina traduz também o compromisso da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG com o trabalho de formação para as relações étnico-raciais, requerido pelas leis 10.639/03 e 11.645/08 e pelas diretrizes pedagógicas associadas à sua implementação.   

Aulas às terças-feiras (tarde), na Estação Ecológica da UFMG e em outros espaços da universidade, e em alguns sábados (manhã e tarde), nas Comunidades de Terreiros e em alguns dos territórios de referência para as suas práticas rituais, no período de 18 de março de 2025 e 01 de julho de 2025. 

Cronograma
18/03 – Aula de apresentação do curso (tarde). Local: UFMG (CAD 2 ou FaE)

MÓDULO 1 (Ione Ty Oya e Ogan Obá Àrè)
25/03 – Local: Estação Ecológica da UFMG (tarde)
01/04 – Espaço Contemplar – Córrego da Santinha (tarde)
05/04 – Quilombo Mangueiras (manhã e tarde)
08/04 – Aula com professores parceiros (tarde). Local: UFMG (sala a definir)

MÓDULO 2 (Pai Marambaia e Ekedji Elisangela)
15/04 – Local: Estação Ecológica da UFMG (tarde)
19/04 – Local: Ilê Axé Palácio de Oxóssi / Igarapé (noite)
29/04 – Local: Piedade dos Gerais / Cachoeira (manhã e tarde)
06/05 – Aula com professores parceiros (tarde). Local: UFMG (sala a definir)

MÓDULO 3 (Pai Eduardo de Omulú e Mãe Alessandra)
10/05 – Local: Ilê Asé Sòpònnòn (tarde)
17/05 – Local: Ilê Asé Sòpònnòn e Mata da Baleia (manhã e tarde)
20/05 – Local: Estação Ecológica da UFMG (tarde)
03/06 – Aula com professores parceiros (tarde). Local: UFMG (sala a definir)

MÓDULO 4 (Tat’etu Yalemi e Kimunzó)
10/06 – Local: Estação Ecológica da UFMG (tarde)
17/06 – Local: Praça dos Pretos Velhos (tarde)
21/06 – Local: N’nzo Tabaladê Ria Nkosi / Centro Espírita São Sebastião (manhã e tarde)
24/06 – Aula de encerramento do curso. Local: Estação Ecológica da UFMG (tarde). 

Mestras e Mestras

Ione Maria de Oliveira, conhecida como Ione Ty Oya, nasceu no coração do Quilombo Mangueiras. Herdou os conhecimentos de sua mãe, Wanda de Oliveira, e hoje é guardiã dos princípios que sustentam a sua comunidade. É fundadora do grupo Mulheres de Rocha e Rainha da Guarda de Congo Estrela do Oriente. Marcus Tulio de Oliveira Gonzaga, conhecido como Obà Àrè, é Ogan do Ile Axé Oyá Labá Tojú Arà Womom, e junto com sua mãe, Ione Ty Oya, atua na sustentação dos princípios que sustentam o Quilombo Mangueiras e o Ilê Asé. 

José Maria Souza Mota, também conhecido como Pai Marambaia, é fundador do Ilê Axé Palácio de Oxóssi, em Igarapé. Iniciado no Candomblé da nação Jeje Daomé, recebeu a dijina de Tafaroji de Oxóssi após sua passagem por Salvador. Conhecido pelo nome de seu guia espiritual, Caboclo Marambaia, iniciou sua trajetória religiosa ainda na infância, tornando-se referência com suas benzeções. Ao lado da esposa e ekedji, Elisangela Nunes de Oliveira, construiu e fortaleceu seu terreiro. Ele é também capitão regente da Irmandade Moçambique Senhora do Rosário e São João Batista de Igarapé há 28 anos.

Eduardo Gomes da Silva e Alessandra Maria da Silva Gomes, respectivamente Bàbálòrisá e Ekedji, são os responsáveis pelo Ilê Asé Sòpònnòn. Pai Eduardo de Omulú, desde a infância, foi influenciado pelo avô e iniciou sua trajetória no candomblé, passando por casas de nação Jejê antes de fundar, nos anos 1990, o terreiro de nação Nagô-Ketu com a esposa, Mãe Alessandra, que é ekedji e carinhosamente chamada de Mãe pelos filhos de santo. Juntos, compartilham não apenas o conhecimento sobre o sagrado, mas também o amor e cuidado com os filhos de santo. Mãe Alessandra, formada em Pedagogia, possui mestrado em Educação e Formação Humana, com ênfase na valorização das religiões de matriz africana no ensino escolar, e atualmente cursa doutorado na Faculdade de Educação da UFMG.

Guaraci Maximiano dos Santos, Tat’etu Yalemi, é sacerdote no N’nzo Tabaladê Ria Nkosi, Centro Espírita São Sebastião (CESS), fundado pela matriarca Cecília Felix dos Santos, a Vó Cecília. Pai Guaraci é também psicólogo, coordenador da Comissão de Orientação em Psicologia. Laicidade, Espiritualidade, Religião e Outros Saberes Tradicionais (Clerot/CRP-Minas), docente na Faculdade Nova Serrana (FANS), mestre e doutorando em Ciências da Religião pela PUC (MG). As suas pesquisas tratam dos Cultos Afro-Brasileiros de Tradição Bantu. Elenir da Costa Ribeiro, Kimunzó, é muzenza mona kusasa do N’nzo Tabaladê Ria Nkosi (Centro Espírita São Sebastião/CESS). 

Professores parceiros
Edgar Rodrigues Barbosa Neto (FaE e PPGAN/FAFICH)
Rogério Brittes Wanderley Pires (FAFICH)
Rubens Alves da Silva (FAFICH)

Categories: Cursos Noticias