As matrículas de Graduação devem ser feitas pelo SIGA (Sistema integrado de gestão acadêmica) nos dias 01 e 02 de dezembro (terça e quarta).
Os alunos de Pós-graduação devem encaminhar – pelo seu e-mail institucional – o Requerimento de Matrícula (preenchido e com a assinatura do orientador) para a Secretaria das Formações Transversais (transversal@prograd.ufmg.br) até o dia 7 de dezembro.
O curso contará com a colaboração do Mestre Joelson Ferreira de Oliveira, do Assentamento Terra Vista e da Teia dos Povos, no sul da Bahia, que será um constante interlocutor com outros mestres convidados, para discutir uma nova proposta de escola, uma Escola da Terra, que se estrutura em 4 eixos:
1) Escola do Arco, da Flecha e do Maracá
2) Escola dos Terreiros e dos Tambores
3) Escola das Águas e das Marés
4) Escola dos Biomas Locais
“O capital nos fez máquinas. Nós precisamos desfazer essas máquinas que estão dentro de nós, produzir outro tempo. Através da agroecologia, construir outro tempo, que não é o tempo ocidental, não é o tempo do relógio. É o nosso tempo. O tempo das marés. O tempo dos Orixás, dos Encantados. Quando chega, ninguém pode marcar esse tempo. Mas nós temos que respeitá-lo. O tempo da fala, dos povos que não tiveram fala, que perderam a fala.”
Joelson Ferreira de Oliveira
Ementa
Durante a pandemia, os modos capitalistas de exploração da natureza e das pessoas se revelaram, com ainda maior contundência, em seu poder danoso, destruidor, insensível às vidas das comunidades ligadas à terra e ao território.
Em contrapartida, é ali, junto à essas vidas – indígenas, quilombolas, campesinas – e à sua força de ação coletiva no presente, que têm brotado alternativas de futuro.
Reunidos em torno da Teia dos Povos – rede auto-organizada de aliança entre movimentos populares – mestras e mestres das tradições indígenas e negras propõem a construção de escolas e de pedagogias atentas às maneiras como vida e território se entrelaçam: Escola do Arco, da Flecha e do Maracá; Escola dos Terreiros e dos Tambores; Escola das Águas e das Marés; Escola dos Biomas Locais.
Nesta disciplina, Mestre Joelson irá conduzir e mediar debates com mestras e mestras que vêm trabalhando para aliar a história de luta de suas comunidades a estratégias pedagógicas voltadas aos jovens e às crianças.
“Isso que estamos propondo não significa construir mais escolas, não se trata de construir prédios. Não é isso. Nós queremos reformular e transmitir esses conhecimentos para que as próximas gerações comecem a entender sua importância. E, ao mesmo tempo, podemos ajudar nos livros didáticos, na formação das escolas que já existem, para que as pessoas possam se ver pertencentes àquele local, comecem a se valorizar e a valorizar o local. Isso é fundamental para que as pessoas permaneçam ali. Não é preciso fazer o que o Brasil fez, essa grande migração para os centros urbanos.”
Joelson Ferreira de Oliveira. Terra vista, terra mãe: existência grandiosa no campo. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2020 p. 24.
O curso terá no total 08 encontros, todos mediados por Mestre Joelson. |